O futuro do Brasil

Todos nós brasileiros, por décadas, fomos “convencidos” de que o Brasil tem tudo o que precisa para ser uma potência mundial sempre no futuro, mas nunca no agora.

Nos últimos anos, sem politizar ou tomar partido, o país sofreu muito com a corrupção e a população se revoltou com os políticos e com as instituições.

Como já anunciado pelo novo governo, e no meu ponto de vista, com razão, muitos privilégios serão eliminados. A redução da corrupção e vantagens indevidas e consequente aumento do nível de confiança é uma excelente notícia.

Infelizmente, o brasileiro acabou se acomodando e se acostumou em ser representado. Por exemplo, no Brasil, temos mais de 16 mil sindicatos para essa representação, tanto para trabalhadores quanto empresários. Nos acostumamos a ser assistidos, em todos os níveis, classes, instituições e situações.

As leis protegem os trabalhadores, as empresas e os empresários, que acabam não tendo a necessidade de se tornarem competitivos. Obviamente e felizmente, esta mentalidade não é unânime, e ainda existem pessoas e organizações buscando se tornar competitivas a nível mundial, mas uma parte significativa prefere se acomodar e aguardar leis que as favoreçam, por exemplo, com o não pagamento ou perdão de dívidas e impostos. Ouço de muitos que quem paga imposto no Brasil é feito de bobo, pois sempre haverá um novo REFIS.

Esperança no horizonte

Nesse ano que se inicia, conforme anunciado, teremos um nível de confiança interna e externa maior com nosso novo presidente, de partido diferente dos últimos 16 anos, e representando novas ideias. Teremos as bases da economia e política revisadas e com a continuidade dos processos de eliminação da corrupção.

Mas, ao contrário do que muitos possam esperar, isso não acontece de uma forma acelerada e deve levar um tempo relativamente grande para ocorrer, apesar da demanda represada de investimentos e de nossa ansiedade. O próprio governo já anunciou que não concederá benefícios a setores específicos da economia.

Portanto, não acredito que a melhor estratégia, para qualquer empresa, independentemente do seu ramo de negócios, seja esperar alguma medida econômica governamental protecionista ou qualquer outra que permita um alívio à necessidade individual ou das organizações.

Conceito Lean

O ponto mais importante que quero salientar aqui é que não há outra maneira de se organizar, a não ser arregaçando as mangas e aplicando em todas as áreas do negócio os conceitos Lean.

Hoje em dia muito mais difundidos, podem ser verificados na obra de James Womack e Daniel Jones, ou da vasta literatura derivada. De uma maneira extremamente simplista, seria como fazer mais com menos, de maneira a garantir a qualidade e os volumes.

Não se deve nesse momento se empolgar e iniciar um processo antecipado de contratações, investimentos ou contar com ovos na galinha. Por exemplo: não se deve construir o galpão completo, mas sim somente a parte necessária de uma maneira modular.

Os planos devem ser revisados aos olhos dos conceitos Lean, especialmente em um momento positivo como este que o nosso país pode estar prestes a atravessar.

Lembremos sempre, não existe enriquecimento perene sem muito trabalho!